12 jun 2019
CONCEPÇÃO DO CURSO
Fundamentação Teórico-Metodológica
A formação do profissional de História exige esforços institucionais e do corpo docente, que devem considerar as alterações neste campo ao longo das últimas décadas, em particular a partir da criação do sistema nacional de pós-graduação, que proporcionou relevante contribuição à pesquisa em História.
Nesse sentido, o contato dos discentes com a produção historiográfica em sua abrangência regional, nacional e internacional se torna vital em seu percurso formativo. De igual maneira ao discente deve ser proporcionado o conhecimento e a vivência com laboratórios e centros de pesquisa, o estímulo à participação em programas de iniciação científica, o estreitamento de laços com programas de mestrado e doutorado na instituição e fora dela. O estreitamento das relações com as atividades de pesquisa deverá proporcionar ao graduando a compreensão sobre o processo de PRODUÇÃO de conhecimento, buscando superar o lugar comum da pura e simples REPRODUÇÃO.
O profissional de Historia (professor-pesquisador) deve, desde o início do seu curso, ter contato com as atividades consideradas próprias da produção do saber histórico, como fator que promova o amadurecimento profissional. O reconhecimento do campo é uma fase necessária, pois resulta na compreensão da estruturação do próprio saber histórico, renovando uma concepção que o concebe apenas como um saber devotado ao passado, ressaltando o constante diálogo com o presente, facilitando a compreensão das atuais condições existenciais contemporâneas.
A linha metodológica que articula as diversas etapas formativas do profissional de História está baseada no princípio consagrado da indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão.
Considera-se que o especialista em História lida com experiências humanas passadas – coletivas ou individuais – desaparecidos no tempo. A natureza do conhecimento histórico implica no domínio teórico-metodológico que permita ao historiador operar conceitos e métodos cujos resultados implicam na elaboração de uma narrativa em que o fenômeno estudado está no passado. É um ato no qual a temporalidade histórica se apresenta como um problema, na medida em que requer o emprego de noções que favoreçam o entendimento de que o tempo histórico não e um reflexo do tempo cronológico. As temporalidades no âmbito do saber histórico passam a ser pensadas como elementos integrantes da cultura de uma sociedade, emergindo apenas a partir do entendimento das relações socioculturais.
O esforço intelectual empreendido na produção de conhecimento histórico é, em boa medida, decorrente da leitura, da reflexão e do debate que privilegie a pluralidade. Decorre disso a necessidade de que aos alunos seja proporcionado o contato com abordagens teóricas distintas; linhagens historiográficas concorrentes, entre outros aspectos. Nessa tarefa emerge a tarefa de enfrentar os desafios de tratar com um tipo de saber que só fez crescer e se tornar volumoso e sofisticado.
A formação do profissional em História requer, ainda, a compreensão sobre o compromisso ético e de responsabilidade social. Deve-se salientar o importante papel profissional, social e político que o profissional do conhecimento possui no interior da sociedade, tornando-o um ator relevante.